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La Brasserie de L’Entrecôte

(by Miss Blue)


Mr Budget. Que descanso.
Que bom saber que vamos encontrar estrangeiros e fatos; quem sabe até estrangeiros de fato. Que maravilha não ter uma carta complicada a gerar indecisões, nem uma carta simples a dar mote a frustrações. Que paz, a de saber ao que sabe, quanto tempo demora, qual a textura, como é o tempero que vai ter o nosso jantar.
Que segurança tão dificilmente expectável fora das boas marisqueiras e das excelentes pizzarias que há por Lisboa. Sabemos ao que vamos. Sabemos que perguntas vão ser feitas. Esperamos pelo paté e pelo pão. Claro que queremos a salada normal. E uma imperial fresquíssima. Que bom é o olhar aprovador que recebemos quando fazemos o pedido certo: médio-mal, mais para o mal. Ficamos no meio daquele nível de ruído aceitável, seja a que hora for. Nunca esperamos tempo demais nem de menos pelo serviço. Comemos tudo. Não limpamos a travessa porque, além da vergonha, já acabámos o pão com o paté do princípio da refeição. Repetir as batatas é aceitável. Triplicar a dose é de campeão. Ou de alguém que está com muita fome.
Sempre que vou à Brasserie, Mr Budegt, sonho que vou ter uma fome tremenda que me vai obrigar a pedir mais um entrecôte quando terminar o primeiro. Pura gula. É claro que não sou capaz. Mal consigo acabar o meu pedido e nunca tive forças para abraçar uma aventura pelas sobremesas. Não sei quais têm, mas gostava. Porque é tudo bom. O nível geral de atendimento, a qualidade consistente ao longo dos anos, a expansão aceitável. A única Brasserie de que não gosto é a de Cascais, mas isso também só acontece porque implico com aquela marina há anos. Lá só vale o Skipper para o gin e mesmo assim isso é assunto para outro post.
Tudo neste restaurante é correcto, simpático, confortável, seguro, saboroso e impecável. Como num aeroporto, onde conhecemos os portugueses à distância porque são os únicos de Barbour e botas e jeans e sacos Burberry. Como se viessem do campo inglês. Às vezes irritam. Mas é bom vê-los, de vez em quando. Exactamente com a mesma regularidade com que vamos à Brasserie. Afinal, somos todos impecáveis.